quarta-feira, 18 de julho de 2012

Não se meta com o trabalho alheio...



Sabe aquela velinha de trabalho, muitas vezes acompanhada de algum objeto, perdida num canto de uma esquina ou uma encruzilhada?
Pois bem. Se você já pensou em mexer com aquilo, acho melhor rever seus conceitos e voltar atrás.
Existem muitas forças na Natureza Oculta que nos são totalmente estranhas. Portanto, antes de qualquer coisa é sempre de bom tom respeitar aquilo que não conhecemos.
E isso aprendi na marra...
Eu tinha 16 anos e cursava, naquela época, o antigo segundo colegial à noite.
Certa noite, voltando da escola por volta das 22:00, eu, meu irmão e mais dois colegas nos deparamos com um desses trabalhos, numa esquina. Era uma grande vela vermelha em cima de um pratinho e outros objetos que não me recordo muito bem.
Meus colegas olharam e falaram para passar longe. Eu, com a crista em pé e cheio de arrogância, disse que era tudo bobeira. Um deles disse que aquilo era coisa brava. O que eu fiz? Afirmei que era tudo ridículo e fui resoluto em direção à vela para chutá-la com toda a força. Meu irmão e colegas ficaram parados, olhando de longe. Preparei o chute, mas minha intuição disse claramente para não fazer aquilo.
Ignorei e chutei com toda a força. Ocorre que antes de eu atingir a vela em cheio, senti nitidamente uma batida no meu calcanhar. Aquilo desviou meu pé, que passou raspando na vela. Ela até balançou com o deslocamento do ar causado pelo chute e o pavio quase apagou!
Na hora, eu gelei. Como eu poderia errar aquele chute na vela? Impossível. A menos que ela se desloque ou o pé seja desviado.
Meu colega falou: “tá vendo, cara? Falei pra você não se meter com isso!”
Fiquei meio arrependido, calado, mas logo esqueci o acontecimento. Continuei, posteriormente, menosprezando essas coisas.
Mas... dizem que o tempo de lá é diferente do tempo de cá!
Quatro anos se passaram e o troco veio em forma de um pesadelo magnífico que me serviu de lição.
Sonhei que estava entrando num salão escuro, de um local parecido com uma universidade sombria. Não havia ninguém no local. O teto era altíssimo e havia corredores nos andares de cima que circundavam o salão, mas eu só enxergava o corredor mais próximo acima, que parecia um tipo de mezanino. No centro do salão revestido de mármore escuro, apareceram inúmeros objetos, típicos de macumba. Velas enormes acesas de cores escuras refletiam-se no chão, que dava um efeito ampliado e sinistro. Pés gigantes de bode, galinhas pretas, utensílios macabros, garrafas, tudo em tamanho ampliado. Eu olhei aquilo e fiquei horrorizado. Parti para cima, com a mesma disposição que tive quando fui chutar a vela. Eu disse que aquilo tudo não prestava, que era inútil, que eu acabaria com tudo. Foi então que me arrepiei como nunca. Olhei imediatamente para o corredor a uns 4 metros acima e vi uma garota aparentando uns 20 anos, vestida com uma mortalha esvoaçante. Eu fitei diretamente os olhos dela. Era bonita, mas com ar pesado, sufocante. Os olhos dela pareceram ampliar em minha direção, com um alerta silencioso: “eu vou te pegar”. Foi então que ela saltou a muretinha do corredor e veio voando bem devagar em minha direção, com o tecido esvoaçante. Quanto mais ela se aproximava, mais frio eu sentia. Eu quase desmaiei de medo. Fiquei paralisado, não conseguia me mover. Ela pousou à minha frente e me encarou. Era franzina dentro daquela mortalha fosca. A pele bem branca com traços bem desenhados e os cabelos compridos e negros. Estendeu a mão esquerda, fez uma cara medonha que me gelou, enrugando o nariz e trincando os dentes. Os olhos ficaram ainda mais pretos, com aquela sobrancelha grossa e apertada. Num bote, agarrou minha garganta com os dedos gelados e levantou-me. Tentei me soltar, mas era impossível. Ela então disse para mim, sem sequer mexer os lábios: “Não se meta com o que não sabe! Eu posso te destruir apenas com uma mão!” Queria gritar, mas não conseguia.
Acordei sufocado tentando tirar a mão dela do meu pescoço. Tremi de medo, pois era como se ela estivesse ainda ali. Saí do quarto, fui olhar noespelho do banheiro e vi dois vermelhões no meu pescoço!
Nunca mais esqueci. Nunca mais me meti com outro trabalho. Quando eu passo por um, apenas assumo uma postura mental respeitosa, pois nossa visão das coisas é estreita demais para caber arrogância mascarada por nossos dogmas e religiões distorcidos.
O negócio é tão sério que contei essa história para uma colega que trabalha atualmente comigo. Ela disse que uma vez estava voltando de uma festa tarde da noite de carona com amigos. Um trecho da rua de terra estava um lamaçal e o motorista foi passar pelo cantinho pegado na calçada baixa, mas havia um despacho ali. Ela avisou: “não vá por ali, pois vai passar em cima da macumba!” Obviamente, o cara riu dela e disse que era isso mesmo que ia fazer. O que aconteceu? O carro morreu a um metro do trabalho. E várias vezes o motor ligava e morria na hora em que ele engatava a primeira. Só conseguiram sair dali em marcha à ré, para bem longe do despacho.
Fica aí o alerta. Você não pode com essas Forças, então é melhor respeitá-las.

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